terça-feira, 6 de agosto de 2013

Proposta prevê IPI zero para híbridos e elétricos

Inovação, conteúdo local e eficiência energética são os pontos que justificam a criação do Inovar-Auto, programa do governo que visa o fortalecimento da indústria automobilística nacional. E são os argumentos da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ao pedir incentivos para a comercialização de veículos híbridos e elétricos. O foco da nova frente é a retirada total do IPI - o Imposto sobre Produtos Industrializados - desses veículos classificados como "especiais".


 

A desoneração seria a primeira fase, segundo a entidade, para tornar viável a importação e a comercialização dos produtos por conta de custos e preços. Ela considera a cota de 450 unidades por montadora.

Para as fabricantes, com o estímulo à importação será possível fazer com que os consumidores conheçam e testem as novas tecnologias. Se aceitas pelo mercado, será viável, então, promover a produção local. "Nossa proposta já está na mão do governo. Dividimos o plano em três etapas", explica o presidente da Anfavea, Luiz Moan. Assim, as fases seguintes seriam a nacionalização das peças e a montagem desses veículos no país.

A classificação da Anfavea abrange seis tipos de veículos especiais: híbrido por regeneração de energia (kers), híbrido tradicional (um motor principal a combustão e um menor a eletricidade, híbrido plug-in (motor elétrico é o principal e é recarregado pela tomada), híbrido de autonomia estendida (quando o motor elétrico é o principal e o a combustão, complementar), 100% elétrico e célula de combustível.

A inovação tecnológica é, na opinião de especialistas, a chave para a competitividade da indústria automobilística nacional. Segundo Moan, investir localmente neste tipo de tecnologia abre espaço para a criação de sistemas que aliam célula de combustível a etanol - a matriz energética tão defendida pelo governo brasileiro.

Apesar das diversas frentes abertas pelo Inovar-Auto, as novas leis para a indústria automobilística no Brasil já são criticadas. "Não enxergo no programa nenhuma medida que aumente a competitividade. O que as montadoras e autopeças querem produzir aqui são tecnologias que já existem lá fora", critica a sócia da Prada Assessoria, Letícia Costa. "Se o Brasil quer se posicionar globalmente, tem que melhorar tudo ao mesmo tempo", ressalta, concordando sobre a importância de olhar para as tecnologias mais avançadas em eficiência energética.

Para atender às novas regras, as montadoras devem investir R$ 71 bilhões até 2017. O setor de autopeças também terá de se mexer para se adaptar, por isso pede ao governo a criação do Inovar-Peças. O Sindipeças, entidade que representa as fabricantes de autopeças, negocia ainda com o governo uma fiscalização rigorosa sobre a nacionalização dos veículos fabricados no país, uma das colunas de sustentação do Inovar-Auto. "Temos convicção de que essas mudanças vão dar estrutura para todos crescerem", diz o conselheiro do Sindipeças, Flávio Del Soldato.


Fonte: Auto Esporte.

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